sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Jazz é sexo


O clarim urbano do jazz continua a bradar.
Miles Davis.
Conheci um homem ruivo, tão ruivo quanto só ele poderia ser.
Uma multidão dispersa e indefinida caminhando pelas ruas de Paris.
A velha Paris, amarelada.
É preciso assegurar a autonomia da pena, ler mais romances sem centro de perspectiva, ver obras de arte contedoras de caminhos de trigo se abrindo ao acaso. E corvos.
Chorar no calor de lábios que mencionem algo mais que o mencionável.
Ceifar.
Produzir filmes que não envelhecerão: fitas de celulose e narrativas por si só não são atemporais.
Truffaut disse que grandes filmes não nascem de grandes roteiros.
É a hierarquia das palavras.
E do script.
Todo crime é passional.
Somos amadores: sentamos em cafés para ouvir os outros e precisamos ser proprietários para colecionar memórias.
Café Etiópia.
Aos bardos despossuidos restam os instantes.
Aos vencedores, o barco.
- E as batatas!

Eu fico com Buenos Aires, com o tango, com as minhas paisagens e com as parreiras do meu quintal. Vivendo um absurdo camuseano, explodindo em gargalhadas machadianas. Ao som de Star People. Dedo indicador batendo a cinza do cigarro.

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