sábado, 16 de julho de 2011

Niente

Na manhã seguinte, quando tomou da pena para escrever, ou não podia pensar em nada, e a pena fazia sucessivos e lacrimejantes borrões, ou, o que era ainda mais alarmante, perdia-se em melífluas divagações sobre a morte precoce e a corrupção, o que era pior do que não pensar em nada. Pois, segundo parece – e o seu caso o prova -, não escrevemos só com os dedos, mas com a pessoa inteira. O nervo que governa a pena enrola-se em cada fibra do nosso ser, amarra-nos o coração, atravessa-nos o fígado. (Virginia Woolf)

Nenhum comentário:

Postar um comentário