domingo, 3 de abril de 2011

Outra ''briga de amor com o mundo''

Fim de tarde. Domingo de cansaços e lágrimas de viúva. Uma paleta jogada no asfalto embaixo da chuva. Misturar, borrar, escorrer imprecisa. Cantar sozinha, derramar sozinha, tantas ruas nos meus olhos, poesia fluida, texto sem cerimônia. Carrego feixes de lenha através das manhãs incultas, insisto em compartilhar essa cama estreita, peço perdão por te acordar de repente com a graça de um sorriso que só faz fugir. Delírios, barricadas, versos que não me aceitam. Uma desgarrada, eles pensam.  Penso em você que perdeu todas as apostas para sempre, meu capricho. Eu era moça nua nos teus olhos, e você menino nas minhas cirandas de vanguarda. Benvindo, benvindo, benvindo.
É que odeio a fatalidade do alvorecer, cicatrizes no rosto do tempo, é que o sentido mais profundo da espiritualidade repousa na sexualidade, e eu preciso buscar. Gritos, saltos e leões. Parece maluquice, mais fácil se me entupisse de gozo raquítico, eu sei, herdar o cheiro das boas maneiras vestidas e calçadas, mas não, rebento para ti, vasto mundo, e esbravejo: tenta-me.       

Nenhum comentário:

Postar um comentário