terça-feira, 19 de abril de 2011

On the road again

''Assim, na América, quando o sol se põe, eu me sento no velho e arruinado cais do rio olhando os longos, longos céus acima de Nova Jersey, e consigo sentir toda aquela terra crua e rude se derramando numa única, inacreditável e elevada vastidão, até a costa oeste, e a estrada seguindo em frente, todas as pessoas sonhando naquela imensidão, e em Iowa eu sei que agora as crianças devem estar chorando na terra onde deixam as crianças chorar, e você não sabe que Deus é a Ursa Maior? A estrela do entardecer deve estar morrendo e irradiando sua pálida cintilância sobre a pradaria, reluzindo pela última vez antes da chegada da noite completa, que abençoa a terra, escurece todos os rios, recobre os picos e oculta a última praia, e ninguém, ninguém sabe o que vai acontecer a qualquer pessoa, além dos desamparados andrajos da velhice. Penso então em Dean Moriarty, penso no velho Dean Moriarty, o pai que jamais encontramos, penso em Dean Moriarty.'' Kerouac

Nunca imginei que um dia, numa tarde de outono, aos 21 anos - quase 22, eu estaria maltrapilha, arrumando as malas com olheiras fundas, enquanto pinto as unhas de azul e ouço e canto desengonçadamente Buena Vista Social Club, prestes a embarcar numa viagem com desconhecidos.  Depois de passar um pedaço da madrugada nos arredores de algum canavial, dividindo o mesmo cigarro, o mesmo desejo, a mesma música, a mesma lua.

Intéééé

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