quinta-feira, 2 de junho de 2011

So long, Marianne

                                                                                     

                                                                                para uma certa garota

Ficamos sem entender, mas não importa, nós não poderíamos levá-la, estamos prontos para retornar sem chorar pela mobília deixada para trás. Você seguirá com seus passos rijos enquanto segura outras meninas pela cintura e acaracia a si mesma, sempre foi assim. Então, so long, Marinanne, estou encharcada, juntando os trapos, pronta para rejeitar as manhãs desamparadas de domingo. Frias demais, descoloridas. Tenho demitido rapazes que prometem iluminar os meus caminhos e no meu semblante ainda reina o silêncio dos loucos e dos bêbados dessa geração subterrânea que demite os excessos da noite anterior. So long, Marianne, é claro que amo você, e a imensidão e as noites inteiras e sair sem consultar os mapas e a música cálida e insana que tivemos que empurrar e acender, não queria parecer beat demais, mas estou bêbada, Marianne, e já não há amor o suficiente, nem vida, apenas um pássaro exilado reluzindo descontente, avaliando o deserto. Os trilhos do trem começaram a cair, a música vai nos surpreender antes da estrada, so long, Marianne, te abraço sem sentimentalismos. Com a vastidão dos gestos vulgares, eu te amo, Marianne.

Interlúdio:


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