terça-feira, 28 de junho de 2011

Os ninhos desfeitos




"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais, há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade...sei lá de quê!'' [Florbela Espanca]

segunda-feira, 27 de junho de 2011

1968

Ricky Ferreira

Apanhando silêncios impronunciáveis, experimentado o ''desregramento de todos os sentidos''. Ouuuuuuuuutttttttt

Interlúdio:


quarta-feira, 15 de junho de 2011

(an)danças

Quatro passi si fá cosi, cosi 
Quatro passi si fá colá, colá
Due di quá due di lá
Lá biondina me vuoi abraciar .....
 

Interlúdio:

Churrascaria Garfo & Bombacha - Canela

Grupo Folclórico

terça-feira, 14 de junho de 2011

Dylan e nós



Eu jamais saberia como seria vasculhar a sua intimidade. E os clarões são agora absorvidos pelas miragens da zona portuária da noite anterior... And now you find out you're gonna have to get used to it, you said you'd never compromise, with the mystery tramp, but now you realize. He's not selling any alibis, as you stare into the vacuum of his eyes, and ask him do you want to make a deal?

domingo, 12 de junho de 2011

Loucura

                                                            por Kiki de Montparnasse










Interlúdio:


sábado, 11 de junho de 2011

quarta-feira, 8 de junho de 2011

domingo, 5 de junho de 2011

Desfilando descompassos


“O amor? Pássaro
que põe ovos de ferro.”
(João Guimarães Rosa. Grande Sertão: Veredas)


Dedico esta manhã de domingo às contradições que permeiam o querer e alimentam o impossivel. Salve, Caetano!




Interlúdio:

O Quereres
Composição: Caetano Veloso

Onde queres revólver, sou coqueiro
E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alto, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão
Onde queres família, sou maluco
E onde queres romântico, burguês
Onde queres Leblon, sou Pernambuco
E onde queres eunuco, garanhão
Onde queres o sim e o não, talvez
E onde vês, eu não vislumbro razão
Onde o queres o lobo, eu sou o irmão
E onde queres cowboy, eu sou chinês
Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor
Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão
Onde queres o livre, decassílabo
E onde buscas o anjo, sou mulher
Onde queres prazer, sou o que dói
E onde queres tortura, mansidão
Onde queres um lar, revolução
E onde queres bandido, sou herói
Eu queria querer-te amar o amor
Construir-nos dulcíssima prisão
Encontrar a mais justa adequação
Tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e é de viés
E vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero (e não queres) como sou
Não te quero (e não queres) como és
Ah! Bruta flor do querer
Ah! Bruta flor, bruta flor
Onde queres comício, flipper-vídeo
E onde queres romance, rock?n roll
Onde queres a lua, eu sou o sol
E onde a pura natura, o inseticídio
Onde queres mistério, eu sou a luz
E onde queres um canto, o mundo inteiro
Onde queres quaresma, fevereiro
E onde queres coqueiro, eu sou obus
O quereres e o estares sempre a fim
Do que em ti é em mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente impessoal
E eu querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há, e do que não há em mim.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

So long, Marianne

                                                                                     

                                                                                para uma certa garota

Ficamos sem entender, mas não importa, nós não poderíamos levá-la, estamos prontos para retornar sem chorar pela mobília deixada para trás. Você seguirá com seus passos rijos enquanto segura outras meninas pela cintura e acaracia a si mesma, sempre foi assim. Então, so long, Marinanne, estou encharcada, juntando os trapos, pronta para rejeitar as manhãs desamparadas de domingo. Frias demais, descoloridas. Tenho demitido rapazes que prometem iluminar os meus caminhos e no meu semblante ainda reina o silêncio dos loucos e dos bêbados dessa geração subterrânea que demite os excessos da noite anterior. So long, Marianne, é claro que amo você, e a imensidão e as noites inteiras e sair sem consultar os mapas e a música cálida e insana que tivemos que empurrar e acender, não queria parecer beat demais, mas estou bêbada, Marianne, e já não há amor o suficiente, nem vida, apenas um pássaro exilado reluzindo descontente, avaliando o deserto. Os trilhos do trem começaram a cair, a música vai nos surpreender antes da estrada, so long, Marianne, te abraço sem sentimentalismos. Com a vastidão dos gestos vulgares, eu te amo, Marianne.

Interlúdio: